segunda-feira, 26 de maio de 2014

A importancia de contar História


Contar histórias é brincar com as palavras, sonhos, imaginação, expressões, sentimentos... É deixar, por alguns instantes, de ser você mesmo para assumir um pouco da vida dos personagens. Contar histórias é se entregar aos ouvintes: imaginar como conquistá-los, tentar adivinhar como cada palavra, gesto, expressão repercutirá no interior de cada um.


                                                                                  Adriana R. Martins Guerreiro
                                                                                  Maria Sílvia Pereira Rodrigues Alves 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Contação de História

Contação de História  


Para cada idade


Dicas para escolher narrativas adequadas à fase do desenvolvimento dos seus alunos


Contar histórias é atividade de rotina em creches e escolas de Educação Infantil. Apesar disso, há sempre a dúvida: como escolher a história certa para cada faixa etária? A resposta para essa pergunta pode variar bastante, de acordo com as características de cada turma, do grau de estimulação, do hábito de ouvir história, dos assuntos que despertam mais interesse entre outros fatores. A escritora Betty Coelho* dividiu as fases de interesse dos alunos da Educação Infantil em Fase Pré-mágica, que compreende o período dos 0 aos 3 anos, e Fase Mágica, dos 3 aos 7 anos. Essas informações podem ajudar no seu trabalho diário e na escolha das narrativas. Veja mais a seguir.
Fase Pré-mágica - de 0 a 3 anos
As histórias devem conter enredos simples, vivos e atraentes, contendo questões que se aproximem o máximo possível da vida das crianças, de sua afetividade, seus brinquedos e dos animais que conhecem. Nesta fase são indicadas histórias de bichinhos, brinquedos, objetos e seres da natureza, sempre humanizados, além de histórias que tenham crianças como protagonistas. Um exemplo é "A Bela e a Fera", na qual castiçais e relógios têm vidas próprias. O conto mínimo ou parlendas são também boas opções de texto para trabalhar com essa faixa etária.
Fase Mágica - de 3 a cerca de 7 anos
Nesta fase, os enredos podem trazer mais elementos, ou seja, são mais elaborados. É a fase do "conte outra vez", em que as crianças solicitam que uma mesma história seja contada repetidas vezes, para que possam apreciar com mais calma cada detalhe da narrativa. Nesse período são indicadas histórias de repetição ou acumulativas, como "O Macaco e o Rabo", trazida a seguir. Também são boas opções histórias de fadas, de crianças, de animais e contos de encantamento. O importante é amplie os enredos gradativamente, partindo de histórias mais curtas para as mais longas.
Conto mínimo
São parlendas que transformamos em histórias de acordo com a forma de contar. Aqui vai um para vocês brincarem com seus pequenos.
Era uma vez três dois polacos e um francês que certo dia, por causa de uma embriaguês, foram os três parar no xadrez. Quer que eu conte outra vez? Era uma vez três...
O Macaco e o Rabo
Versão de Robson A. Santos

Estava o macaco na beira da estrada e não percebeu que seu rabo a atravessava. Vinha um carro de bois e passou por cima do rabo dele, cortando-o fora. Um gato que estava escondido atrás da moita pulou e pegou o rabo do macaco. O macaco gritou para o gato:
_ Me dá o meu rabo, gato danado.
_ Só te dou se você me der leite.
_ E de onde tiro o leite?
_ Vá pedir pra vaca.
O macaco foi até a vaca e pediu:
_ Vaca, me dá um pouco de leite para eu dar ao gato que vai devolver meu rabo.
_ Eu não! - disse a vaca - Só se você me der capim.
_ E onde eu consigo capim?
_ É só pedir para a velha que mora naquela casa.
E lá se foi o macaco.
_ Velha, dá capim para eu dar à vaca, para ela me dar leite, para eu dar ao gato que vai devolver meu rabo?
_ Não dou! - disse a velha - Só se você me der sapatos.
_ E onde consigo sapatos?
_ Vá pedir ao sapateiro.
E lá se foi o macaco até o sapateiro.
_ Sapateiro, me dá sapatos para eu dar à velha, para ela me dar capim, para eu dar à vaca, para ela me dar leite, para eu dar ao gato, para ele devolver meu rabo?
_ Eu não! - disse o sapateiro - Só se você me der couro.
_ E onde consigo couro?
_ Pede ao porco que está no chiqueiro.
E lá se foi o macaco ao chiqueiro.
_ Porco, me dá couro, para eu dar ao sapateiro, que vai me dar sapatos, para eu dar à velha, para ela me dar capim, para eu dar à vaca, para ela me dar leite, para eu dar ao gato, para ele devolver meu rabo.
_ Não te dou couro! - respondeu o porco - Só se você me der a chuva.
_ Chuva? E de onde tiro isso?
_ Pede para a nuvem, ora essa! - disse o porco.
E o macaco pediu à nuvem.
_ Nuvens, me deem chuva, para eu dar ao porco, para ele me dar o couro, para eu dar ao sapateiro, que vai me dar sapatos, para eu dar à velha, para ela me dar capim, para eu dar à vaca, para ela me dar leite, para eu dar ao gato, para ele devolver meu rabo.
_ Eu não! - disse a nuvem - Só se você me der o fogo.
_ Fogo? E onde consigo isso?
_ Pede para as pedras.
E lá se foi o macaco falar com as pedras.
_ Pedras, me deem fogo, para eu dar à nuvem, para ela me dar chuva, para eu dar ao porco, para ele me dar o couro, para eu dar ao sapateiro, que vai me dar sapatos, para eu dar à velha, para ela me dar capim, para eu dar à vaca, para ela me dar leite, para eu dar ao gato, para ele devolver meu rabo.
As pedras começaram a bater umas nas outras e fizeram faíscas, que viraram fogo. O macaco levou o fogo para a nuvem, que lhe deu a chuva, que ele deu ao porco, que lhe deu o couro, que ele deu ao sapateiro, que lhe deus os sapatos, que ele deu para a velha, que lhe deu o capim, que ele deu para a vaca, que lhe deu o leite, que ele deu ao gato, que lhe devolveu o rabo. Mas quando ele pegou seu rabo de volta... nem quis mais pois tanto tempo se passou que o rabo estava podre.
*Robson A. Santos é mestre em Educação, Arte e História da Cultura, Educador Brincante, pedagogo, folclorista, escritor e contador de histórias. Contatos: professorrobson@uol.com.br

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Como contar história para as crianças

               




Ler histórias para uma criança parece ser simples, mas se você não gostar de ler vai acabar achando uma tarefa enfadonha e pior, vai passar essa sensação para a criança.
Deixe-se envolver pela história escolhida, entre na fantasia, brinque, participe, represente, transforme-se.
 Ler histórias faz bem não só para a criança, também é bom para o adulto porque trás de volta suas memórias infantis.


Tente lembrar-se do clima que se instalava ao seu redor quando você era criança e ouvia alguémler um belo conto de fadas.

Lembra como você se sentia? Como era deliciosa aquela sensação de estar dentro da fantasia? Então, retome aquela sensação e transmita a mesma coisa, deixe a sua criança interior brincar com a criança sentada ao seu lado...

Histórias infantis dão muito prazer às crianças; não só porque são uma oportunidade dos “pequenos” estarem junto de você, mas por mostrarem outras culturas, valores, modos diferentes de viver.

Quando as crianças pedem repetidamente uma mesma história  é provável que elas estejam vendo alguma relação com sua própria vida, seus medos e seus sonhos. Ouvindo elas aprendem a separar realidade de devaneio, liberam suas fantasias, aprendem sobre passado, presente efuturodesenvolvem a imaginação, aprendem sobre memória, sobre sonhos, emoções.

O adulto é muito importante para ensinar a criança a gostar de ler.
Não pense que basta “mandar” sua criança ler ou estudar, ela só vai tomar gosto pela leitura se vivenciar esses momentos em que você se senta a seu lado e dramatiza a leitura de histórias infantis.

Num folheto do Fundo Itaú Social, onde era promovida a Coleção Itaú de Livros Infantis, eu encontrei estas 8 dicas maravilhosas para ajudar você a se transformar num grande contador de histórias:

1. Escolha uma história que encante, antes de tudo, a você mesmo, só assim você vai conseguirencantar a criança.

2. Procure um local agradável e confortável para que você se sinta bem e a criança se acomode.

3. Tente dar vida aos personagens usando a voz, o ritmo e o seu corpo inteiro.

4. Divida a narrativa com a criança, dê a ela a oportunidade de repetir a fala dos personagens.

5. Não fique dando explicações no meio da narrativa, a história deve bastar para preencher a fantasia infantil.

6. Use olhares enigmáticos, convide a criança a tentar adivinhar o que vai acontecer.

7. Leia e releia a histórias em várias ocasiões, assim a criança terá oportunidade de ir descobrindo novos detalhes.

8. Faça perguntas sobre os personagens: Quem é este? Onde está aquele? O que eles estão fazendo? Permita que a criança participe.
Fonte: Fundação Itaú Social – Folheto Promocional da Coleção Itaú de Livros Infantis – Projeto Ler Faz Crescer